sábado, 23 de julho de 2011

Feijão com Arroz

Mesmo que eu o imaginasse por completo e o criasse de raiz ele não seria tão perfeito para mim como é.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

Projectos para uma vida

Cuba

Zambia - Moçambique - Madagascar

Laos - Vietnam - Cambodja - Tailandia - Malásia

Brasil - Paraguai - Argentina - Chile - Bolivia - Perú - Equador

Guatemala - Honduras - Nicaragua - Costa Rica - Panamá - Bahamas - Jamaica - Porto Rico

Coast to Coast

Indonésia - Filipinas

Angola - Namibia

India - Sri Lanka - Maldivas

Austrália - Nova Zelandia

Africa do Sul

Egipto

China - Japão

sábado, 1 de janeiro de 2011

Diário de uma cachorra



Dia 1


"Oh não! Oh não! Vêm aí mais uns donos! Estão todos a ladrar, estão todos a ladrar. Porque é que todos ladram? Aí vêm eles e eu com estas orelhas enormes... O que é que eu faço com estas orelhas enormes? Vou me levantar, vou ficar de pé e assim elas caem para trás e pode ser que eles não reparem. Porque estão todos a ladrar? Eu não gosto de ladrar, nunca ninguém me vai querer. Eles pararam aqui, eles, ahhhhhhhhhhhhhhh festinhas... Que festinhas boas. Já nem me lembrava. Vão-se embora? Oh... Repararam nas minhas orelhas de certeza. Bolas, porque é que tinham de me fazer umas festinhas tão boas? Vou ficar nesta cela para sempre."

"Aí vem a senhora de novo! Aí vem a senhora de novo! E vem com o tratador... Será que isso quer dizer que eu vou com eles para casa? Não sei bem. E se depois não é? Ai.. não sei se quero confiar na senhora. Já tive outra senhora e vim parar aqui. Pelo menos passeio um pouco antes de voltar para a cela. Tanta coisa, tanta coisa, tanta confusão nem sei bem o que está a acontecer, esconder as orelhas é que é importante... e estou dentro de um carro numa manta quentinha."

Quando o carro parou os donos passearam-me pela primeira vez (mas eu não fiz xixi nem cócó porque nem me lembrava mais que era para isso que os passeios serviam) e assim que chegamos a casa dos donos, sim porque sempre fomos mesmo para casa, que agora também é a minha casa, meteram-me na banheira. Eu sei que não tomava banho à meses e que todos os dias davam uma mangueirada na minha cela e me deixavam a mim molhada também e que estava bastante suja e a cheirar mal mas eu não gosto mesmo nada de tomar banho. Mas achei que o melhor era portar-me bem não fossem eles mudar de ideias. E fiquei o mais quieta que consegui o tempo todo. Os donos não acharam que fosse assim tão bem comportada mas eu fiz mesmo o melhor que consegui. Assim que aquilo acabou secaram-me com toalhas e deitaram-me noutra mantinha quentinha e com um aquecedor pertinho de mim. Sequei num instante. E a dona penteou-me durante horas porque eu já não era penteada fazia muitos meses e perdia muito pêlo. Soube-me tão bem! Aquele pêlo todo fazia-me comichão e a escova sabia a miminhos.

Mas mesmo assim tinha resolvido não dar muita confiança. E se me levassem de volta? Eu acho que eles ainda não tinham reparado bem nas minhas orelhas! Entretanto a dona já me tinha ralhado. Eu tinha medo que eles me deixassem então enchia a minha boca de comida, levava tudo para perto deles e depois ia mastigando. Mas eles ralhavam-me e ficavam a olhar para mim enquanto eu comia ao lado do prato. Eu não me importava. Assim eles estavam perto de mim na mesma. Também me ralhavam porque eu queria sentar-me no sofá com eles e eles não deixavam.

Mesmo que fosse só por aquele dia, a comida, a manta, o aquecedor são muito melhores que estar molhada, ao frio e ao vento que entrava naquela cela. E estava eu assim deitada na mantinha quando a dona entrou na sala.

"O que é isso que estás a comer? Cheira tão bem. O que é? Não dás... Claro que não dás. Vou voltar para a minha mantinha. Vais me deixar lamber a colher? Posso? HUMMM Ui mãe tão bom, Ui mãe tão bom. Beijinhos Beijinhos Beijinhos Vou-me enroscar toda em ti e mais Beijinhos e Beijinhos. Ui tão bom... festinhas nas orelhaaaaaaaaaaaaaaaas."